A World Wide Web, também conhecida como Web, “WWW” ou “W3“, é um sistema global de informações, fundamental para a democratização do acesso ao conhecimento.
Neste artigo, vamos explorar a arquitetura da World Wide Web e seus principais componentes, analisando sua estrutura dividida em camadas.
Confira!
O que é a World Wide Web?
Ao contrário do que muitos pensam, Web e Internet não são sinônimos.
A Web é um dos diversos serviços disponibilizados pela Internet, assim como e-mail, aplicações de videoconferência e jogos online.
Desenvolvida em 1989 por Tim Berners-Lee, a World Wide Web é um sistema de informação distribuída, baseado em hipermídia, que organiza e distribui documentos eletrônicos utilizando a infraestrutura da Internet.
Como Funciona a World Wide Web?
Por meio do conceito de hipermídia, a Web permite que usuários naveguem entre diferentes recursos, formando uma rede de “arquivos” interligados e acessíveis de praticamente qualquer lugar do mundo.
Conceito de Hipermídia
Hipermídia é um sistema de organização de informações que permite a construção de documentos interligados por meio de referências embutidas.
Diferente de uma estrutura de leitura linear, como em um livro ou documento convencional, o hipertexto oferece ao usuário a capacidade de navegar entre diferentes documentos e seções de maneira não sequencial, proporcionando uma experiência exploratória baseada em associações de conteúdos e conceitos.
Ao clicar em um link, o navegador interpreta essa referência e direciona o usuário ao documento ou recurso correspondente.
Essa estrutura de navegação é o que forma a “teia” interligada de informações que define a World Wide Web, promovendo um acesso dinâmico e descentralizado a dados distribuídos.
Arquitetura Cliente-Servidor
A Web opera sobre um modelo de arquitetura cliente-servidor, onde os navegadores (clientes) enviam requisições e os servidores Web processam essas solicitações, retornando os documentos ou dados correspondentes.
Navegadores
Os navegadores funcionam como interfaces de interação entre o usuário e os recursos da Web.
Ao acessar um site, o navegador passa por uma série de operações para adquirir e exibir o conteúdo de forma compreensível e interativa para o usuário.
Esse processo envolve interpretar diversas instruções e comandos incorporados ao conteúdo, que definem como cada elemento será exibido, o posicionamento de itens na tela, e as interações permitidas ao usuário.
Servidores Web
Servidores Web armazenam e distribuem os recursos solicitados pelos navegadores.
Eles processam as requisições e fornecem os dados necessários, que podem incluir páginas, imagens, vídeos e dados dinâmicos provenientes de aplicações Web.
Protocolos de Transferência
O Protocolo de Transferência de Hipertexto (HTTP) é a base da comunicação na Web, estruturando a troca de dados entre clientes e servidores.
Cada solicitação e resposta segue um padrão específico, incluindo cabeçalhos, métodos de requisição e códigos de resposta para indicar o status da operação.
Identificação de Recursos
Cada documento ou recurso na Web é identificado por um URL (Uniform Resource Locator), que especifica o endereço de um recurso e permite ao navegador localizá-lo.
A estrutura dos URLs inclui o protocolo, domínio e o caminho do recurso, essencial para a organização e navegação de conteúdos.
Sistema de Nomes de Domínio (DNS)
O Sistema de Nomes de Domínio é responsável por traduzir os nomes de domínio em endereços IP, que identificam os servidores na rede.
Quando um usuário digita um endereço Web, o DNS resolve o nome de domínio para o endereço IP correspondente, permitindo que o navegador localize e acesse o servidor correto.
Estrutura em Camadas
A Internet possui milhões da páginas da Web, bancos de dados e servidores que funcionam 24 horas por dia. Mas a Internet chamada de “visível” (também chamada de Web da superfície ou aberta) que são sites encontrados em mecanismos de pesquisa como Google e Yahoo, é somente a ponta do iceberg.
Surface Web
A Surface Web, ou Open Web é a camada “visível”.
De um ponto de vista estatístico, esse conjunto de sites e dados compõe menos de 5% do total da Internet.
É possível localizar sites da Surface Web porque os mecanismos de busca podem indexar a página por meio de links visíveis (um processo conhecido como “crawling”, devido à maneira como o mecanismo de busca navega pela Web como uma aranha).
Deep Web
A Deep Web refere-se à parte da web que não é indexada por mecanismos de busca convencionais.
Para acessar os sites na deep web, é necessário conhecer o endereço específico da página, uma vez que esses sites não aparecem nos resultados de busca.
Um exemplo comum é a página de login de um painel de controle de um site, que é usado para manutenção e adição de novo conteúdo. Embora o acesso a essa página seja restrito por meio de credenciais de login, a indexação dessa página pode potencialmente facilitar ataques de força bruta, onde tentativas múltiplas de login e senha são feitas para ganhar acesso não autorizado.
Portanto, é preferível que essa página de login seja de interesse exclusivo para os colaboradores do site responsáveis pela adição de conteúdo e seja mantida fora do alcance dos crawlers dos mecanismos de busca.
Um site também pode fazer parte da Deep Web se os mecanismos de busca, através de seus próprios critérios, identificarem que o site tem conteúdo impróprio e decidirem não indexá-lo.
Dark Web
A Dark Web é uma parte da Deep Web e é onde você encontrará conteúdo que requer um mecanismo diferente do padrão para acessar a internet.
Isso inclui conteúdo que é protegido por camadas de anonimato e segurança para evitar a identificação de quem está acessando e onde as informações estão armazenadas.
A Dark Web utiliza um sistema próprio de anonimato e criptografia e requer navegadores especializados para acesso, como o Tor.
Evolução da Web
A trajetória da Web pode ser dividida em distintas fases evolutivas que refletem avanços tecnológicos, mudanças nos paradigmas de interação e o crescente envolvimento dos usuários na criação e no consumo de conteúdo.
Web 1.0
A Web 1.0 representa a primeira etapa da evolução da Web, frequentemente chamada de “Web estática”.
Caracterizou-se pelo predomínio de páginas estáticas e de conteúdo essencialmente informativo, criado e mantido por um número limitado de desenvolvedores. Nessa fase, as interações dos usuários eram mínimas, limitando-se à navegação e à leitura de informações.
A arquitetura de comunicação era unidirecional: do servidor para o cliente.
Elementos como hiperlinks e páginas HTML simples dominavam, e conceitos de interatividade praticamente não existiam. Essa fase forneceu as bases estruturais para os protocolos de navegação e o modelo de cliente-servidor que impulsionariam as evoluções subsequentes.
Web 2.0
A Web 2.0 marca uma mudança significativa na maneira como os usuários interagem com a Web.
Aparecendo em meados da década de 2000, a Web 2.0 trouxe uma dinâmica participativa e colaborativa.
Aplicações interativas e plataformas de redes sociais, como blogs e wikis, emergiram, permitindo que os usuários não apenas consumissem, mas também criassem e compartilhassem conteúdo.
Essa evolução foi suportada por tecnologias como AJAX, que possibilitaram atualizações assíncronas e uma experiência de uso mais fluida e responsiva.
A arquitetura da Web se tornou bidirecional, com servidores e clientes trocando informações em tempo real.
Essa fase também viu o surgimento de modelos de negócios baseados em dados de usuários e publicidade direcionada, expandindo a Web para além de um simples repositório de informações.
Web 3.0
A Web 3.0, também conhecida como a “Web Semântica”, representa um avanço na capacidade de a Web entender e processar informações de forma semelhante à mente humana.
Seu objetivo é tornar os dados na Web mais acessíveis e interligados, utilizando tecnologias de inteligência artificial, aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural.
A Web 3.0 busca melhorar a precisão das buscas e a relevância dos resultados, interpretando o contexto e o significado por trás das consultas.
Outro aspecto fundamental dessa fase é a descentralização, muitas vezes associada ao uso de tecnologias de blockchain para criar uma internet mais segura e independente de grandes entidades centralizadas.