Monitoramento de chaves seccionadoras em subestações: requisitos, aplicações e soluções com teleassistência

O monitoramento de chaves seccionadoras em subestações é uma exigência cada vez mais presente em projetos de modernização de redes de distribuição. Mais do que um recurso operacional, essa prática passou a ser um requisito normativo, técnico e estratégico para garantir segurança, disponibilidade e rastreabilidade em ambientes de missão crítica.

As chaves seccionadoras, embora simples em conceito, exercem papel decisivo na isolação de circuitos, na manutenção segura da rede e na reconfiguração de topologias operacionais. A ausência de supervisão ou validação remota dessas manobras pode gerar atrasos na resposta a falhas, exposição de operadores a riscos e ineficiência na operação centralizada.

Com base em resoluções da ANEEL, como a 846/2019, e nas melhores práticas aplicadas em projetos executivos para subestações, o monitoramento aliado à teleassistência com supervisão visual transforma o processo de operação em um sistema inteligente, auditável e economicamente vantajoso.

Neste artigo, exploramos os principais tipos de chaves seccionadoras, a obrigatoriedade de sua supervisão remota, e como a teleassistência pode melhorar a operação e segurança em campo. Ao final, mostramos como a A3A Engenharia de Sistemas entrega soluções técnicas completas para empresas que precisam implantar esse tipo de sistema com alto grau de confiabilidade.

Sumário

Tipos de Chaves Seccionadoras e Suas Aplicações

As chaves seccionadoras são dispositivos eletromecânicos projetados para abrir ou fechar circuitos elétricos em condições de ausência de carga, permitindo o isolamento seguro de trechos da instalação para manutenção, manobra ou contingência. A correta especificação e posicionamento dessas chaves influencia diretamente a flexibilidade operacional da subestação, a segurança dos técnicos de campo e a rapidez na resposta a eventos.

Abaixo, destacamos os principais tipos utilizados em subestações de distribuição e sua aplicabilidade técnica:

1. Chave Seccionadora Tipo Faca (Knife-Type Disconnect Switch)

Uso: Instalações internas ou externas, conforme nível de tensão e projeto.

Características: Abertura visível por lâmina metálica (lâmina tipo faca); construção simples, robusta e altamente confiável. Permite fácil identificação da posição (aberta ou fechada), sendo ideal para ambientes que exigem verificação visual da isolação.

Aplicação:

Em ambientes internos: utilizada em painéis de média tensão, quadros de distribuição secundária ou painéis de comando.

Em ambientes externos: comum em pátios de subestação, montada sobre isoladores, para seccionamento de linhas, transformadores ou bancos de capacitor. Pode ser operada por vara de manobra ou mecanismo motorizado.

  • Chaves tipo faca em base tripolar, montadas sobre estrutura metálica ou isoladores;
  • Utilizadas em pátios de subestação para seccionamento de linhas de entrada, transformadores ou bancos de capacitor;
  • Podem ter acionamento por vara de manobra (manual) ou motorizado, com ou sem mecanismo de travamento;
  • São altamente visuais, o que é uma vantagem operacional — a posição aberta é facilmente identificável a olho nu.
  • Uso: Painéis internos ou ambientes abrigados.
  • Características: Abertura visível por lâmina metálica; simples, robusta e confiável.
  • Aplicação: Normalmente utilizada em circuitos secundários, painéis de baixa tensão ou em equipamentos com operação assistida visualmente.

2. Chave Rotativa (Rotary Disconnect Switch)

  • Uso: Instalações abrigadas ou expostas, dependendo do grau de proteção.
  • Características: Mecanismo de rotação para abrir/fechar o circuito; pode ser operada local ou remotamente.
  • Aplicação: Painéis de média tensão, circuitos auxiliares, sistemas de manobra rápida.

3. Chave de Pedestal / Poste (Outdoor Load Break Switch ou Air Break Switch)

  • Uso: Instalação em campo aberto (poste ou estrutura metálica).
  • Características: Pode incluir capacidade de interrupção sob carga (load break); geralmente equipada com isoladores e operação por vara de manobra ou motorização.
  • Aplicação: Ramais de distribuição, chaves de linha, seccionamento de alimentadores e interligações.

4. Chaves Motorizadas com Supervisão

  • Uso: Instalações que exigem operação remota e integração com sistemas SCADA/SAS.
  • Características: Atuadores elétricos, sensores de posição, comunicação com sistemas de supervisão.
  • Aplicação: Subestações automatizadas, chaves críticas de manobra, integração com lógica de proteção e teleassistência.

A escolha da chave adequada depende de fatores como nível de tensão, localização física, necessidade de manobra sob carga, requisitos de supervisão e acesso à instalação. Em projetos modernos, é recomendável que todas as chaves críticas operacionais estejam preparadas para supervisão remota e operação assistida, com sensores de posição e integração com sistemas de CFTV ou lógica programada.

Obrigatoriedade de Monitoramento: o que diz a ANEEL

O monitoramento de chaves seccionadoras em subestações deixou de ser uma recomendação técnica para se tornar uma exigência normativa formalizada pela ANEEL, especialmente a partir da Resolução Normativa nº 846/2019, que rege os Procedimentos de Distribuição (PRODIST).

No Módulo 6 do PRODIST, que trata da operação da rede de distribuição, fica estabelecido que:

“Deverá ser prevista a supervisão remota dos equipamentos de manobra e proteção, com vistas à operação automatizada ou assistida remotamente, sempre que tecnicamente viável.”

Isso significa que, ao projetar ou modernizar subestações, é obrigatória a previsão de supervisão remota das chaves, especialmente aquelas responsáveis por seccionamento de linhas, ramais, transformadores e alimentadores críticos.

Essa supervisão pode ser feita por sensores de posição integrados à lógica do sistema, por automação direta via relé/IED, ou ainda por sistemas de teleassistência com apoio visual por CFTV, em que a manobra é realizada sob supervisão remota de um operador técnico.

Além de atender a ANEEL, essa prática está alinhada a padrões internacionais de operação segura, e é frequentemente exigida por concessionárias e distribuidoras de energia ao homologar projetos de parceiros executores.

Teleassistência: operação remota para mitigação de riscos

Monitoramento de chaves seccionadoras em subestações -
Monitoramento de Chaves Seccionadoras
Acervo – A3A Engenharia de Sistemas

A teleassistência em subestações é uma evolução natural da operação remota. Trata-se de um sistema técnico que permite acompanhar visualmente a posição de equipamentos, validar manobras em tempo real e executar intervenções com suporte remoto, mantendo o operador em segurança e o sistema sob controle.

Quando aplicada ao monitoramento de chaves seccionadoras, a teleassistência permite:

  • Verificação visual da posição da chave (aberta, fechada);
  • Acompanhamento em tempo real de manobras executadas localmente, com supervisão remota por equipe técnica;
  • Registro de vídeo de manobras críticas, com data e hora, para fins de auditoria técnica e rastreabilidade;
  • Atuação preventiva em falhas operacionais, como abertura incompleta, obstrução mecânica ou falhas de isolação;
  • Orientação remota à equipe local, com suporte visual para realização segura de procedimentos.

Por que isso é importante?

  1. Redução de deslocamentos
    Evita o envio de equipes técnicas para subestações remotas apenas para verificação de posição ou execução de manobras simples.
  2. Aumento da segurança operacional
    Permite que o operador execute manobras com supervisão, reduzindo o risco de erros ou acidentes.
  3. Velocidade na resposta a eventos
    Minimiza o tempo entre a ocorrência de uma falha e a tomada de decisão, essencial para garantir a continuidade do fornecimento.
  4. Conformidade técnica e documental
    O vídeo das manobras pode ser anexado a relatórios, aumentando a confiabilidade técnica e a governança do sistema.

A teleassistência se integra diretamente com os sistemas de CFTV, telecomunicações, controle de acesso e supervisão, sendo um dos principais recursos aplicados atualmente em subestações automatizadas ou em ambientes críticos com operação não tripulada.

Benefícios Operacionais e Estratégicos

A implantação de soluções que envolvem o monitoramento de chaves seccionadoras em subestações aliadas à teleassistência proporciona uma série de benefícios concretos, tanto no nível operacional quanto no estratégico, especialmente em empreendimentos com alta responsabilidade sobre continuidade do fornecimento e segurança da infraestrutura.

Operacionais

  • Redução do tempo de resposta a eventos
    Permite agir de forma quase imediata após detecção de falha ou mudança de estado, sem depender de deslocamento físico.
  • Diminuição de custos logísticos
    Menor necessidade de envio de equipes para manobras rotineiras ou inspeções visuais.
  • Segurança de manobra assistida
    Com validação visual, é possível realizar operações com menor risco de erro, energização indevida ou falhas de isolamento.
  • Rastreamento técnico
    Todos os eventos ficam registrados em vídeo e logs de sistema, permitindo auditoria e reconstituição precisa de ocorrências.

Estratégicos

  • Melhor governança da infraestrutura
    As decisões técnicas passam a ser baseadas em evidência visual e dados operacionais em tempo real.
  • Aumento da disponibilidade e confiabilidade do sistema
    A resposta mais rápida a contingências melhora indicadores como DEC/ FEC e reduz a duração média de interrupções.
  • Conformidade regulatória
    Atende plenamente às exigências da ANEEL e aos padrões técnicos esperados em projetos de subestações modernas.
  • Aproximação com o modelo de operação centralizada
    Facilita a evolução para ambientes com supervisão remota plena, integrados a centros de controle regionais ou nacionais.

Esses benefícios colocam a teleassistência como um recurso estratégico, especialmente para empresas responsáveis pela execução e entrega técnica de subestações no contexto de contratos públicos ou privados, onde a confiabilidade e a rastreabilidade são diferenciais competitivos.

Como a A3A Engenharia projeta e executa soluções completas

A A3A Engenharia de Sistemas atua de forma especializada em ambientes de missão crítica, com foco na elaboração e execução de projetos técnicos integrados, incluindo monitoramento, teleassistência, automação e infraestrutura de telecomunicações para subestações e usinas.

Nosso trabalho começa com um projeto executivo detalhado, que contempla:

  • Diagrama lógico da rede de dados e telecomunicações;
  • Layout físico de câmeras, switches, conversores e interfaces;
  • Infraestrutura elétrica necessária (alimentação, aterramento, proteção);
  • Lógica de atuação para teleassistência (visual, sensorial e lógica programada);
  • Integração com controle de acesso, SCADA, VMS e sistemas de alarme.

Além da elaboração do projeto, a A3A atua diretamente na execução e integração dos sistemas, entregando soluções em que:

  • As câmeras fixas e PTZ monitoram visualmente as chaves seccionadoras;
  • Sensores de posição informam o estado elétrico dos dispositivos;
  • As redes de telecomunicações industriais garantem comunicação estável, segura e segregada;
  • O VMS e os painéis de controle permitem operação remota, gravação de eventos e validação visual de manobras.

A equipe técnica da A3A Engenharia de Sistemas reúne profissionais com experiência em engenharia elétrica, telecomunicações, segurança eletrônica e automação industrial, o que nos permite assumir a responsabilidade técnica completa da entrega, desde o levantamento até o comissionamento final.

Esse modelo de atuação é ideal para empresas que venceram licitações e precisam contratar um parceiro confiável para executar a parte técnica com agilidade, precisão documental e conformidade com as exigências das concessionárias — como Cemig, Copel, Engie e outras.

Considerações Finais

O monitoramento de chaves seccionadoras em subestações, aliado à teleassistência operacional, deixou de ser um diferencial técnico — hoje, é uma exigência normativa, uma demanda prática do setor elétrico e uma resposta direta à crescente complexidade das redes de distribuição.

Projetos que envolvem manobra remota, operação segura, rastreabilidade e redução de tempo de resposta precisam ser tratados com precisão técnica, integração entre disciplinas e foco em confiabilidade. É exatamente nesse cenário que a A3A Engenharia de Sistemas se posiciona como parceira ideal.

Com amplo acervo técnico, equipe multidisciplinar e domínio aprofundado das disciplinas envolvidas — telecomunicações, segurança eletrônica, automação, infraestrutura elétrica e proteção contra surtos — a A3A Engenharia de Sistemas entrega soluções completas que ultrapassam a etapa de projeto. Atuamos com foco na integração de sistemas críticos, desenvolvendo projetos executivos coerentes, tecnicamente aprováveis e preparados para execução com alto grau de confiabilidade.

Seja para apoiar empresas que venceram licitações e precisam executar projetos complexos, seja para atuar como parceiro técnico de construtoras ou integradores, a A3A Engenharia está pronta para assumir projetos de missão crítica com segurança, agilidade e alto padrão técnico.

Consulte nosso Departamento de Engenharia.

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Sobre o Autor

Engenheiro Eletricista PMP, MBA, Especialista em Projetos de SPDA e Compatibilidade Eletromagnética (EMC).

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