Os efeitos das Descargas Atmosféricas

Os efeitos das Descargas Atmosféricasdescargas atmosféricas devem ser classificados de forma técnica, conforme definido na Norma ABNT NBR 5419-1. A norma estabelece quatro tipos principais de dano que podem ocorrer em uma edificação ou instalação quando uma descarga atinge diretamente ou indiretamente a estrutura, as linhas conectadas ou as pessoas presentes.

Esse mapeamento de danos é o ponto de partida para justificar a contratação de um Projeto de SPDA e MPS, equipotencializações e demais medidas de proteção. Antes de escolher a solução, é preciso entender o que pode ser afetado e com que gravidade.

Neste artigo, vamos abordar os danos causados por descargas atmosféricas, conforme definidos na NBR 5419-1:2015. Entender esses danos é essencial para justificar tecnicamente a adoção de medidas de proteção como SPDA, DPS, equipotencializações e isolamento elétrico. A norma classifica os danos em quatro categorias principais, que vão desde a perda de vidas humanas até prejuízos patrimoniais e interrupção de serviços públicos.

Cada tipo de dano está associado a riscos específicos e exige tratamento adequado no projeto técnico.

Sumário

Classificação dos danos segundo a NBR 5419-1

A norma define quatro categorias principais:

D1 – Perda de vidas humanas

Está relacionada a choques elétricos e efeitos térmicos provocados pela corrente de descarga.

Acontece, por exemplo, quando pessoas tocam superfícies energizadas por tensão de passo ou de contato. Também inclui queimaduras, choques diretos e efeitos indiretos em pessoas expostas durante uma descarga.

Aplicação direta: Ambientes com circulação de pessoas, áreas hospitalares, escolas, centros comerciais e espaços públicos.


D2 – Perda de serviço público

Refere-se à interrupção ou falha em serviços essenciais, como energia, água, telecomunicações e TI.

Inclui falhas em data centers, painéis de controle, CLPs, servidores ou sistemas de automação industrial. O dano pode ser local ou sistêmico, afetando desde um setor até toda uma rede.

Aplicação direta: Subestações, unidades operacionais críticas, centros de operação e redes de supervisão.


D3 – Perda de patrimônio cultural

Diz respeito à destruição ou deterioração de bens com valor histórico, cultural ou artístico.

A proteção visa preservar integridade física de documentos, edificações tombadas, acervos públicos, museus e instituições religiosas. O risco é tanto por contato direto quanto por incêndio ou colapso estrutural indireto.

Aplicação direta: Igrejas, universidades, arquivos públicos, teatros, galerias, bibliotecas e patrimônios tombados.


D4 – Perda de patrimônio material

Abrange danos físicos e financeiros relacionados à estrutura, máquinas, equipamentos e sistemas produtivos.

É o dano mais comum e o que normalmente motiva a instalação de SPDA em instalações industriais, comerciais e residenciais. Está diretamente ligado à queima de equipamentos, parada de produção e perda de infraestrutura.

Aplicação direta: Indústrias, usinas, prédios corporativos, centros logísticos, galpões, shoppings, residências de alto padrão.

Resumo

A correta identificação dos danos causados por descargas atmosféricas é fundamental para qualquer análise de risco e projeto de proteção. A NBR 5419-1 define com clareza os impactos possíveis e direciona o projetista na definição do tipo de proteção a ser adotada.

Nos nossos próximos conteúdos, vamos mostrar em quais situações a instalação do SPDA é obrigatória, com base na avaliação de risco definida pela NBR 5419. A adoção do sistema não depende de opinião ou preferência: trata-se de uma exigência técnica fundamentada em critérios normativos.

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Sobre o Autor

Engenheiro Eletricista PMP, MBA, Especialista em Projetos de SPDA e Compatibilidade Eletromagnética (EMC).

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