Um Projeto de SPDA consiste na elaboração de um planejamento detalhado que define as especificações técnicas, a metodologia de implantação e os parâmetros operacionais necessários para a proteção de estruturas, pessoas e equipamentos contra os efeitos diretos e indiretos das descargas atmosféricas.
Neste artigo vamos abordar os conceitos fundamentais relacionados a elaboração de um Projeto de SPDA, destacando a importância de contratar uma empresa de Engenharia especializada para garantir a eficiência do sistema.
Confira!
Por que contratar um projeto de SPDA?
Contratar um Projeto de SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) é essencial para garantir a segurança, conformidade e eficiência na proteção de edificações contra os efeitos devastadores das descargas atmosféricas.
É na fase de projeto que se evitam os erros de instalação, o desperdício de material, tempo, pessoal e possíveis falhas na especificação de componentes.
A documentação técnica gerada no projeto serve como referência para a instalação e para as manutenções periódicas, como inspeções visuais, medições de resistência do aterramento e substituição de componentes, assegurando a eficiência contínua do sistema.
A ausência de um projeto pode resultar em vulnerabilidades críticas, expondo a edificação a danos materiais elevados, interrupções de atividades e comprometimento da segurança de ocupantes.
Quais são as Etapas de um Projeto de SPDA?
Um Projeto de SPDA segue uma série de etapas definidas para garantir a confiabilidade do sistema a ser implantado.
- Coleta de Dados e Planejamento Inicial:
- Reuniões Iniciais;
- Site Survey;
- Desenvolvimento do Projeto:
- Análise de Riscos;
- Projeto Básico;
- Consultoria Técnica e Financeira;
- Projeto Executivo;
- Entrega de Documentação:
- Memorial Técnico-Descritivo;
- Plantas e Diagramas;
- Lista de Materiais (B.O.M.);
- Planilhas de Orçamento Analítico, Sintético e Resumido;
- Anotação de Responsabilidade Técnica;
Coleta de Dados e Planejamento Inicial
Num primeiro momento, é realizado um estudo das necessidades e requisitos técnicos do ambiente, identificando os elementos que influenciarão o desenvolvimento do projeto.
Reuniões Iniciais
As reuniões iniciais são realizadas com o objetivo de alinhar expectativas entre a equipe técnica e o cliente.
São identificadas restrições físicas, operacionais e normativas, além da documentação necessária para a abertura do projeto.
Site Survey
O Site Survey consiste em uma visita técnica ao local onde o SPDA será instalado, com o objetivo de verificar as características físicas da edificação, avaliar o entorno e analisar os sistemas existentes (ex: infraestrutura elétrica, redes de dados e segurança eletrônica).
Dessa forma a equipe técnica consegue antecipar possíveis problemas e ajustar a elaboração do projeto às condições reais do local.
Desenvolvimento do Projeto
A partir dos dados coletados, inicia-se o processo de desenvolvimento do projeto:
Análise de Riscos
Inicialmente, realiza-se uma análise de riscos que consiste na avaliação criteriosa de diversas características da edificação, tais como seu “uso” (ex: industrial, comercial, hospitalar), fluxo de pessoas, vulnerabilidade dos equipamentos, sistemas internos e potenciais perdas financeiras decorrentes de descargas atmosféricas.
Essa análise é fundamental para definir o nível de proteção (NP) adequado e, consequentemente, determinar a classe do SPDA a ser implantado.
Níveis de Proteção
As normas definem quatro níveis de proteção (NP) para dimensionamento do sistema (I a IV).
Para cada NP, é fixado um conjunto de parâmetros máximos e mínimos para as correntes das descargas atmosféricas.
Essa classificação determina as distâncias entre os condutores, a espessura dos elementos metálicos e a capacidade dos dispositivos de proteção contra surtos (DPS), para assegurar a dissipação controlada de tensões residuais e correntes elétricas.
Classes de SPDA
A definição da Classe do SPDA é realizada a partir de alguns cálculos baseados nas particularidades de cada edificação.
De maneira geral, a relação entre as classes e as aplicações típicas pode ser apresentada conforme a seguir:
| Classe do SPDA | Aplicação |
|---|---|
| I | Instalações industriais com alto risco de incêndio ou explosão, ambientes com grande concentração de público e presença de equipamentos eletrônicos críticos, como sistemas de automação industrial, data centers e infraestrutura hospitalar. |
| II | Prédios comerciais e residenciais altos, escolas, estruturas com equipamentos eletrônicos sensíveis ou data centers de médio porte. |
| III | Edificações de menor complexidade, estabelecimentos comerciais de médio porte, áreas industriais com menor densidade de equipamentos eletrônicos sensíveis. |
| IV | Construções de pequena dimensão, áreas rurais, galpões ou depósitos com baixo risco e estruturas simples em regiões de incidência moderada de descargas. |
É importante ressaltar que a tabela apresentada acima serve apenas como referência geral.
A definição da classe do SPDA deve ser fundamentada nos cálculos de análise de risco, considerando fatores específicos como características construtivas, componentes de risco, localização e condições operacionais da edificação.
Dessa forma é possível garantir a conformidade com as normas técnicas vigentes, proporcionando respaldo legal ao profissional responsável e ao proprietário da edificação em caso de ocorrência de incidentes que resultem em danos materiais, perda de receita ou riscos à integridade física de pessoas.
Projeto Básico
O Projeto Básico estabelece os parâmetros gerais e as premissas técnicas fundamentais para a implantação, definindo o método de proteção mais adequado.
Com o método de proteção e a classe do SPDA definidos, determina-se a quantidade e distâncias dos condutores de descidas que serão responsáveis pela conexão entre o sistema de captação e o sistema de aterramento responsável por dissipar as descargas atmosféricas.
São realizados os cálculos para especificação do sistema de aterramento e medidas de proteção contra surtos (MPS), de acordo com as especificações dos equipamentos e sistemas internos, assegurando a proteção e a estabilidade da infraestrutura elétrica.
Consultoria Técnica e Financeira
Após a finalização do Projeto Básico, o documento é submetido à análise do cliente.
Durante essa etapa, o cliente avalia o projeto e eventuais solicitações de alterações ou adaptações – seja por questões financeiras ou de preservação de aspectos específicos da edificação – são discutidas com a equipe técnica.
Quaisquer modificações necessárias são avaliadas quanto ao seu impacto financeiro e à viabilidade técnica.
Somente após o consenso e a aprovação das adaptações, o projeto evolui para a fase seguinte.
Projeto Executivo
O Projeto Executivo consolida as definições estabelecidas nas etapas anteriores e transforma em um conjunto de documentos e procedimentos que orientam a instalação e manutenção do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosfericas:
- Memorial Técnico-Descritivo;
- Plantas e Diagramas;
- Lista de Materiais (B.O.M.);
- Planilhas de Orçamento Analítico, Sintético e Resumido;
- Anotação de Responsabilidade Técnica (ART);
Entrega da Documentação
Após a conclusão e aprovação do projeto, o cliente recebe o conjunto completo de arquivos e registros técnicos necessários para seguir com a execução do sistema, os quais incluem:
Memorial Técnico-Descritivo
O Memorial Técnico-Descritivo apresenta todos os aspectos do sistema, como as tecnologias adotadas, métodos de instalação, normas de referência e os procedimentos de teste previstos no projeto.
Esse documento descreve tanto os fundamentos técnicos (“porquê”) quanto as orientações práticas (“como”) que embasam cada escolha, possibilitando ao cliente e às equipes envolvidas uma compreensão clara dos critérios e parâmetros que norteiam a concepção e a implementação do sistema.
Plantas e Diagramas
Os layouts técnicos são elaborados por meio de desenhos detalhados que representam a instalação do sistema, abrangendo plantas baixas, cortes e elevações.
Essas representações gráficas mapeiam com precisão a disposição de cada componente do sistema, servindo como ferramenta essencial para a orientação da equipe de instalação e para a redução de eventuais erros durante a execução.
Lista de Materiais (B.O.M.)
A Lista de Materiais contém a relação detalhada de todos os componentes e materiais a serem utilizados na implementação do sistema.
Exemplo de Lista de Materiais para um SPDA (apenas ilustrativo).
Este documento facilita o controle e a aquisição dos insumos necessários, permitindo uma gestão precisa dos recursos e a correta execução do projeto.
Planilhas de Orçamento Analítico, Sintético e Resumido
As planilhas de orçamento técnico, elaboradas em três níveis de detalhamento (analítico, sintético e resumido), permitem a análise precisa dos custos associados a cada componente do projeto, abrangendo materiais, equipamentos, mão de obra e eventuais serviços adicionais.
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)
A Anotação de Responsabilidade Técnica consiste no registro formal do projeto junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), atribuindo responsabilidade legal ao profissional habilitado que o subscreve.
Esse instrumento assegura que o projeto e sua execução cumpram as normas técnicas e a legislação aplicável, conferindo respaldo jurídico e validando a competência do responsável pela elaboração e implementação dos serviços de engenharia.
A Importância de Contar com uma Empresa de Engenharia Especializada
A elaboração de Projetos de SPDA requer fundamentação técnica e conformidade com as normas vigentes para garantir a eficiência do sistema e a segurança estrutural, de forma a preservar vidas e assegurar a continuidade das operações.
Infelizmente, há profissionais não qualificados que, com promessas enganosas e preços abaixo do que é praticado no mercado, oferecem soluções milagrosas e inadequadas para a proteção contra descargas atmosféricas, expondo as edificações a riscos desnecessários.
Expertise e Acervo Técnico
Ao contratar uma empresa de Engenharia especializada, o contratante garante que o Projeto de SPDA será desenvolvido com a excelência técnica necessária e dentro das exigências legais.
Empresas especializadas contam com engenheiros eletricistas que possuem experiência e conhecimento aprofundado nas normas e práticas de projeto, assegurando que o sistema de proteção será dimensionado corretamente e funcionará de forma eficiente.
Atribuições Profissionais e Responsabilidade Técnica
A elaboração do projeto, exclusivamente sob responsabilidade de um Engenheiro Eletricista habilitado pelo CREA, é obrigatória por determinação normativa e legal.
A tentativa de elaborar um Projeto de SPDA sem a devida habilitação configura exercício ilegal da profissão, uma infração prevista em lei que pode resultar em penalidades severas tanto para quem realiza o trabalho quanto para quem o contrata.
Contratar um profissional não habilitado ou qualquer outro indivíduo que não possua a qualificação de Engenheiro Eletricista é uma violação direta da legislação e representa um risco legal significativo.
Essa prática é passível de punição com multas, interdições e até mesmo processos judiciais em caso de incidentes decorrentes de falhas no sistema de proteção.
Cumprimento das Normas Técnicas e Legais
A contratação de um Projeto de SPDA é fundamental para garantir que o sistema esteja de acordo com as normas técnicas estabelecidas, que visam padronizar e orientar a execução de sistemas seguros e eficientes.
A conformidade com as regulamentações é uma exigência legal que evita penalidades e assegura que o sistema de proteção contra raios funcione corretamente.
Projetos não normatizados implicam em invalidação de certificações e exposição a ações judiciais por negligência (Art. 18 da Lei nº 8.078/90).
Precisão e Eficiência no Planejamento
Uma empresa de Engenharia oferece suporte técnico ao longo de todo o processo, desde o levantamento de dados até a finalização do projeto, garantindo que todas as etapas sejam realizadas com precisão.
A contratação de profissionais habilitados é um investimento na segurança, legalidade e qualidade do sistema de proteção contra descargas atmosféricas.
Considerações Finais
O Projeto de SPDA é uma etapa essencial para garantir a proteção eficiente contra descargas atmosféricas em edificações. Ele não apenas cumpre as exigências normativas, mas também assegura a segurança de pessoas, patrimônios e a integridade das estruturas. A elaboração de um projeto de SPDA exige conhecimento técnico específico e responsabilidade, requisitos que só podem ser cumpridos por um Engenheiro Eletricista habilitado.
A contratação de uma empresa de Engenharia especializada é um passo indispensável para assegurar que o projeto seja elaborado com precisão, seguindo todas as diretrizes técnicas e legais. Somente com o suporte de profissionais qualificados é possível garantir que o sistema de proteção contra raios funcione de forma eficiente e segura, prevenindo riscos e minimizando possíveis prejuízos.
Além disso, o respaldo de um profissional registrado no CREA e a emissão da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) oferecem a segurança jurídica necessária, vinculando o projeto a um especialista que responde legalmente pela qualidade e conformidade do trabalho. Essa responsabilidade técnica não apenas protege o contratante, mas também agrega valor ao imóvel, certificando-o como uma edificação segura e em conformidade com as melhores práticas de Engenharia.
Conclusão
Agradecemos por dedicar seu tempo para entender a importância de um Projeto de SPDA e como ele é fundamental para a segurança de sua edificação. Proteger pessoas e patrimônios contra os riscos das descargas atmosféricas é uma responsabilidade que exige conhecimento técnico e comprometimento com as melhores práticas de Engenharia.
Entre em contato com o nosso departamento de Engenharia para uma consulta especializada. Nossos profissionais estão prontos para orientar você em todas as fases do projeto, garantindo uma proteção eficiente contra descargas atmosféricas.
Referências
“NBR 5419 – Proteção contra Descargas Atmosféricas” – ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
“IEC 62305 – Protection against Lightning” – IEC (International Electrotechnical Comission)
“NFPA 780 – Standard for the Installation of Lightning Protection Systems” – NFPA (National Fire Protection Association)
“Lightning Protection Guide 3rd Edition” – DEHN International
“CREA recomenda a contratação de Engenheiro Eletricista para instalação de SPDA” – CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia)
“Mapa de incidência de cargas no Brasil” – INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
Perguntas Frequentes
O que é o Projeto de SPDA?
O Projeto de SPDA é um documento técnico que define os componentes, métodos e especificações para a instalação de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas. Inclui detalhes como localização de captores, dimensionamento de condutores, sistema de aterramento, equipotencialização e integração com a estrutura existente, garantindo conformidade normativa e segurança operacional.
Como fazer um Projeto de SPDA passo a passo?
A elaboração de um Projeto de SPDA compreende etapas como: análise de risco (conforme Anexo A da NBR 5419), definição do método de proteção, cálculo de zonas de proteção, especificação de materiais (condutores, conectores, eletrodos de aterramento), integração com subsistemas (elétrico, telecomunicações) e emissão de memorial descritivo com diagramas de instalação. A validação por profissional habilitado (engenheiro eletricista ou de segurança do trabalho) é obrigatória por lei.
Onde o SPDA é obrigatório?
A obrigatoriedade do SPDA é determinada pela análise de risco definida na NBR 5419, considerando fatores como: altura da edificação (acima de 30 metros), localização geográfica (alta densidade de descargas atmosféricas), presença de materiais inflamáveis ou estruturas críticas (hospitais, indústrias químicas, data centers).
Quem precisa ter um Laudo de SPDA?
O Laudo de SPDA é exigido para estruturas com risco elevado de incidência de raios ou onde falhas no sistema possam gerar consequências críticas, como: unidades de saúde, instalações industriais (químicas, petrolíferas), edifícios públicos, data centers e infraestruturas de telecomunicações. Além disso, é obrigatório para obtenção de habite-se em edificações novas ou reformas significativas, conforme exigências do Corpo de Bombeiros e órgãos municipais.
