Laudo de SPDA – Entenda o que é e sua Importância.

O que é um laudo de SPDA ?

O laudo de SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) é um documento técnico que atesta a conformidade e eficiência do sistema de proteção contra raios de uma edificação ou instalação.

Sumário

Que tipo de empresa ou profissional pode fornecer um laudo de SPDA ?

Um laudo de SPDA é elaborado por um profissional habilitado e consiste em uma análise detalhada do sistema de proteção, verificando se ele está instalado corretamente, em conformidade com as normas técnicas vigentes (como a NBR 5419) e funcionando adequadamente para garantir a segurança contra descargas atmosféricas.

O serviço consistem na realização de inspeções visuais, medições de resistência de aterramento, testes de continuidade elétrica e a avaliação do estado geral dos componentes do SPDA.

Seu objetivo é identificar possíveis falhas ou necessidades de manutenção, assegurando que o sistema proteja efetivamente a estrutura, pessoas e equipamentos contra danos causados por raios.

O laudo de SPDA deve ser elaborado por um Engenheiro eletricista com registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). Esse profissional deve possuir conhecimentos específicos sobre sistemas de proteção contra descargas atmosféricas e estar familiarizado com as normas técnicas aplicáveis, como a NBR 5419.

Além da formação e registro, é importante que o Engenheiro tenha experiência na realização de inspeções e medições relacionadas ao SPDA para garantir que o laudo seja preciso e atenda aos requisitos de segurança e conformidade técnica.

Por Que o Laudo de SPDA é Necessário?

O laudo de SPDA é necessário por diversas razões, todas relacionadas à segurança, conformidade legal e proteção patrimonial. Aqui estão os principais motivos:

  1. Proteção de Vidas e Bens: O laudo garante que o SPDA está funcionando corretamente, protegendo pessoas, equipamentos e estruturas contra os perigos das descargas atmosféricas, como choques elétricos, incêndios e danos materiais.
  2. Conformidade com Normas e Leis: A legislação e normas técnicas, como a NBR 5419, exigem que edificações possuam um sistema de proteção contra raios e que este seja regularmente inspecionado e certificado por meio de um laudo técnico.
  3. Prevenção de Danos Estruturais e Elétricos: Sem um SPDA eficaz, as descargas atmosféricas podem causar danos significativos à infraestrutura, como queima de equipamentos elétricos e eletrônicos, danificação de sistemas elétricos e destruição de partes da estrutura.
  4. Segurança Jurídica e Seguro: Algumas seguradoras exigem o laudo de SPDA atualizado para cobrir danos causados por raios. A ausência do laudo pode implicar na negativa de cobertura em caso de sinistros.
  5. Redução de Multas e Penalidades: Empresas e edificações que não possuem o laudo de SPDA atualizado podem estar sujeitas a multas e sanções aplicadas por órgãos de fiscalização, como o Corpo de Bombeiros.
  6. Manutenção Preventiva: O laudo permite identificar falhas ou desgastes no sistema, possibilitando manutenções preventivas que asseguram a continuidade da proteção e evitam custos elevados de reparos emergenciais.

A realização periódica do laudo de SPDA é fundamental para garantir a segurança das instalações e manter a conformidade com as normas técnicas, evitando riscos e prejuízos.

Serviços realizados em uma vistoria para emissão do laudo de SPDA:

1.Inspeção Visual

  • Objetivo: Verificar o estado físico do sistema, incluindo captadores, condutores de descida, conectores e eletrodos de aterramento.
  • Processo: Avaliar visualmente todos os componentes para identificar corrosão, danos mecânicos, desconexões ou qualquer desgaste que possa comprometer a eficácia do sistema.

Principais componentes Avaliados para emissão do Laudo

1. Captores (Pára-raios)
  • Função: São responsáveis por interceptar as descargas atmosféricas antes que atinjam a estrutura protegida.
  • Avaliação: Verifica-se o estado físico, a posição correta e a integridade das conexões com os condutores de descida.
2. Condutores de Descida
  • Função: Conduzem a corrente da descarga atmosférica dos captadores até o sistema de aterramento.
  • Avaliação: Inspeção do estado dos cabos, a continuidade elétrica e se estão corretamente fixados e protegidos contra danos mecânicos.
3. Conectores e Junções
  • Função: Garantem a conexão elétrica entre os diferentes componentes do sistema (captores, condutores de descida e aterramento).
  • Avaliação: Verificação das conexões quanto à corrosão, aperto adequado e integridade elétrica para assegurar a continuidade do sistema.
4. Eletrodos de Aterramento
  • Função: Dispersam a corrente elétrica das descargas atmosféricas para o solo, minimizando os riscos de acidentes e danos.
  • Avaliação: Medição da resistência do aterramento e inspeção das condições dos eletrodos, verificando a necessidade de manutenção ou substituição.
5. Terminais de Aterramento
  • Função: Ponto de conexão entre os condutores de descida e os eletrodos de aterramento.
  • Avaliação: Inspeção das conexões para garantir que estão firmes e que a continuidade elétrica está mantida.
6. Sistema de Equalização de Potencial
  • Função: Equaliza as diferenças de potencial entre os diferentes pontos da instalação durante uma descarga atmosférica, protegendo equipamentos e pessoas.
  • Avaliação: Verificação das conexões com outros sistemas metálicos, como tubulações e estruturas, e teste de continuidade elétrica.
7. Estruturas e Suportes
  • Função: Garantem a fixação segura dos componentes do SPDA.
  • Avaliação: Análise do estado de fixação e resistência das estruturas de suporte para garantir a durabilidade e segurança do sistema.
8. Proteções Contra Corrosão
  • Função: Preservar a integridade dos componentes metálicos do SPDA contra ações corrosivas que possam comprometer o funcionamento.
  • Avaliação: Inspeção dos revestimentos, pinturas e materiais anticorrosivos aplicados nos componentes expostos.

Análise do Projeto e Documentação

A análise do projeto original do SPDA em comparação com a instalação de fato executada, é uma etapa crucial para garantir que o sistema foi executado conforme o planejado e atenda à NBR 5419.

Este processo envolve a revisão detalhada do projeto e a verificação in loco da instalação, seguindo os seguintes passos:

1. Revisão do Projeto Original

  • Objetivo: Examinar o projeto técnico, que inclui diagramas, especificações dos materiais, dimensionamento dos componentes e instruções de instalação.
  • Análise: Avaliar se o projeto atende aos requisitos das normas técnicas vigentes, como a NBR 5419, e se está adequado às características da edificação.

2. Comparação dos Componentes Projetados e Instalados

  • Objetivo: Confrontar os componentes especificados no projeto (captores, condutores de descida, eletrodos de aterramento, DPS, etc.) com os realmente instalados.
  • Verificação: Conferir se os tipos, quantidades e posicionamentos dos componentes seguem exatamente o que foi definido no projeto.

3. Verificação das Rotas dos Condutores

  • Objetivo: Analisar se as rotas dos condutores de descida seguem as especificações do projeto, que devem ser projetadas para minimizar resistências e evitar interferências.
  • Confronto: Inspecionar se os condutores foram instalados nas rotas corretas, com o trajeto mais direto e seguro possível, e se estão corretamente fixados.

4. Avaliação da Conformidade das Conexões

  • Objetivo: Verificar se as conexões entre os componentes, como captadores, condutores e aterramento, foram feitas conforme os detalhes técnicos do projeto.
  • Checagem: Conferir se as conexões utilizam os materiais e técnicas especificadas (soldas, parafusos, conectores) para garantir a integridade elétrica.

5. Inspeção da Estrutura de Suporte e Proteção

  • Objetivo: Avaliar se as estruturas de suporte e proteções contra corrosão, conforme especificadas no projeto, foram corretamente implementadas.
  • Análise: Comparar com o projeto para confirmar que todos os elementos de suporte e proteção mecânica estão adequados e instalados conforme planejado.

6. Medição da Resistência de Aterramento

  • Objetivo: Verificar se os valores de resistência de aterramento estão dentro dos limites especificados no projeto.
  • Confronto: Realizar medições e comparar com os valores projetados para garantir que o aterramento esteja funcionando corretamente.

7. Verificação da Equalização de Potencial

  • Objetivo: Checar se a equalização de potencial está devidamente conectada a todos os sistemas metálicos da edificação, conforme o projeto.
  • Análise: Confirmar se a equalização segue os pontos de interligação e as normas projetadas, garantindo segurança contra descargas indiretas.

8. Revisão de Documentação e Relatórios de Execução

  • Objetivo: Conferir os registros de execução da instalação, como fotos, relatórios de medição e testes realizados durante a instalação.
  • Comparação: Validar se a instalação foi documentada corretamente e se há evidências de que as etapas seguidas condizem com o projeto.

9. Identificação de Desvios e Recomendações

  • Objetivo: Identificar qualquer desvio entre o projeto e a execução, como mudanças não documentadas ou erros na instalação.
  • Ação: Elaborar um relatório com os desvios encontrados e recomendações para ajustes, correções ou aprovações dos itens instalados.
Chamada para ação de Projetos de Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas

Elaboração do relatório final:

Emissão do relatório técnico descrevendo as atividades e os resultados obtidos na avaliação do sistema instalado preferencialmente com fotos.

A elaboração do relatório final de SPDA com fotos é um processo que visa documentar de maneira completa e visual todos os aspectos avaliados durante a inspeção do SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas). A inclusão de fotos é essencial para ilustrar as condições reais dos componentes do sistema, facilitando a compreensão das conclusões e recomendações.

Como esse relatório em mãos é possível corrigir eventuais problemas e realizar a manutenção do sistema assegurando o pleno funcionamento.

Após a conclusão de todas as etapas de inspeção, análise e documentação, o laudo de SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) poderá, enfim, ser emitido. Essa emissão é o passo final do processo e deve seguir alguns critérios essenciais para garantir a validade do laudo.

Emissão do Laudo de SPDA e aterramento

  • Objetivo: Emitir oficialmente o laudo que atesta a conformidade (ou não) do SPDA instalado.
  • Conteúdo do Laudo:
    • Conclusão sobre o Estado do Sistema: O laudo deve declarar se o sistema de SPDA está em conformidade com as normas ou se necessita de ajustes e melhorias.
    • Recomendações Finais: Sugestões de intervenções, manutenção ou ajustes necessários para garantir a eficácia do sistema.
    • Validade do Laudo: Indicação do período de validade do laudo e da frequência recomendada para novas inspeções, geralmente anual.

Assinatura e Responsabilidade Técnica

  • Objetivo: Formalizar a responsabilidade do Engenheiro pela avaliação realizada.
  • Processo: O laudo deve ser assinado pelo Engenheiro responsável, incluindo o número do registro no CREA juntamente com a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) garantindo a responsabilidade técnica sobre o documento.

Entrega do Laudo

  • Objetivo: Fornecer o documento final para o proprietário da edificação ou responsável pela instalação.
  • Processo: O laudo deve ser entregue ao cliente em formato físico ou digital, acompanhado de todos os anexos, como fotos, medições e recomendações.

Conclusão:

O laudo de SPDA apresenta a atual do SPDA e fornece orientações claras sobre correções necessárias, manutenções preventivas e boas práticas que devem ser seguidas. As recomendações visam garantir que o sistema continue a desempenhar seu papel com máxima eficiência, minimizando os riscos associados às descargas atmosféricas.

Agradecimentos

Agradecemos por dedicar seu tempo para ler nosso artigo sobre o laudo de SPDA. Esperamos que as informações apresentadas tenham sido úteis e esclarecedoras, ajudando a entender a importância desse laudo para a segurança de edificações contra descargas atmosféricas.

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Sobre o Autor

Engenheiro Eletricista PMP, MBA, Especialista em Projetos de SPDA e Compatibilidade Eletromagnética (EMC).

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